O Mundo de Oz virou HQ! E já está impressa!
Esta semana enviaremos as primeiras para nossos apoiadores no Catarse!
A partir da segunda semana de dezembro, esperamos que todos já possam adquiri-la!
Venda será feita, por enquanto, diretamente com os autores e valor será de R$ 20,00 cada exemplar.
Assim que tivermos mais novidades sobre onde e como comprar, e possível lançamento, divulgaremos por aqui. ;)
Obrigado a todos que apoiaram e colaboraram lá no Catarse. E esperamos que todos curtam a história e o trabalho, feito com muito carinho.
;)
O Mundo de Oz (Dezembro de 2017)
HQ de 64 páginas com capa cartonada colorida e miolo em preto e branco, no papel Pólen.
R$ 20,00
domingo, 26 de novembro de 2017
quinta-feira, 20 de abril de 2017
O Mundo de Oz em quadrinhos - Primeiras Páginas!
Dieferson Trindade está arrasando nas artes da nossa HQ! Tá ficando bacana e continuamos na campanha de financiamento coletivo para a impressão! =)
O talento do jovem Dieferson Trindade, já mostrado em sua HQ Cornos, está tornando O Mundo de Oz uma história em quadrinhos linda! Dá uma olhada nas artes da páginas:
Para ter uma ideia do desenvolvimento da história, você pode conferir o roteiro dessas 4 primeiras páginas clicando aqui.
Gostou? =)
Para que a HQ seja impressa e lida por você e todos que gostam do estilo ou que se identifiquem com a história, estamos com uma campanha no Catarse, uma plataforma de financiamento coletivo em que você colabora e recebe como recompensas o quadrinho ou algo mais, de acordo com o valor e opção escolhida! ;)
Para mais informações e garantir a revista em suas mãos, acesse a página da campanha: www.catarse.me/omundodeozhq.
Restam 30 dias de campanha e é tudo ou nada, ou seja, a HQ só rola se conseguirmos o valor total dentro desse prazo! Se não, os valores serão devolvidos a todos que colaboraram... Por isso, ajude, colabore, nos apoie e escolha uma das recompensas! Compartilhe com amigos e parentes! Queremos muito que vocês leiam essa história sobre sonhos, aprendizado, bullying e como lidar com as dificuldades da vida!
;)
Página 1 de O Mundo de Oz, por Dieferson Trindade (ainda sem as letras). |
O talento do jovem Dieferson Trindade, já mostrado em sua HQ Cornos, está tornando O Mundo de Oz uma história em quadrinhos linda! Dá uma olhada nas artes da páginas:
Página 2 de O Mundo de Oz, por Dieferson Trindade. |
Página 3 de O Mundo de Oz, por Dieferson Trindade. |
Página 4 de O Mundo de Oz, por Dieferson Trindade. |
Para ter uma ideia do desenvolvimento da história, você pode conferir o roteiro dessas 4 primeiras páginas clicando aqui.
Gostou? =)
Para que a HQ seja impressa e lida por você e todos que gostam do estilo ou que se identifiquem com a história, estamos com uma campanha no Catarse, uma plataforma de financiamento coletivo em que você colabora e recebe como recompensas o quadrinho ou algo mais, de acordo com o valor e opção escolhida! ;)
Para mais informações e garantir a revista em suas mãos, acesse a página da campanha: www.catarse.me/omundodeozhq.
Restam 30 dias de campanha e é tudo ou nada, ou seja, a HQ só rola se conseguirmos o valor total dentro desse prazo! Se não, os valores serão devolvidos a todos que colaboraram... Por isso, ajude, colabore, nos apoie e escolha uma das recompensas! Compartilhe com amigos e parentes! Queremos muito que vocês leiam essa história sobre sonhos, aprendizado, bullying e como lidar com as dificuldades da vida!
;)
sexta-feira, 7 de abril de 2017
De onde veio a ideia para "O Mundo de Oz"?
Inspiração para o projeto de uma HQ veio dos primeiros textos que publiquei em 2004, num blog do extinto Blig, chamado "Mundo de Oz".
As Aventuras de Oz eram uma
brincadeira que eu fiz no meu primeiro blog, misturando elementos de coisas que
eu gostava como Smallville, Matrix, Arquivo X e quadrinhos, sem muita pretensão
de verossimilhança, contando de forma torta (bem torta!) alguns momentos de
minha vida.
Estudos de personagens, por Dieferson Trindade. |
Fiz o blog por incentivo de um amigo meu e, como não sabia o que postar nele, comecei a escrever essa historinha, misturando fatos da minha vida com fantasia e "homenageando" obras de quadrinhos, filmes e TV que eu gostava e eram referências para mim (paródias, não plágio, amiguinhos, hehe).
Os posts eram bem bobos e curtos, como vocês poderão ver aí embaixo. Com o tempo, a história foi ficando um pouco mais complexa, e eu acabei "me separando" do personagem Oz (apesar de muita gente me chamar por esse nome ainda e eu utilizar a alcunha de vez em quando). Mas, para escrever minha primeira história em quadrinhos, eu escolhi focar no começo, nesses primeiros "episódios".
Os textos aí embaixo são apenas a base de referência para a HQ. Hoje, eu tenho outra visão sobre algumas coisas e, claro, quero escrever a minha história, ao invés de chupar de outras que gosto. Daí de baixo, resolvi trabalhar na história do bullying que o Oz sofria na escola, na dificuldade de relacionamento com seu pai, e em como ele construiu um mundo em seus sonhos, que de alguma forma o ajudou a lidar com esses problemas da vida real, mesmo que em sua cabeça tudo esteja misturado.
Então, segue o texto de 2004:
As Aventuras de Oz - Parte 1
(* Texto quase original, apenas com algumas correções.)
Episódio 1 - As Aventuras de Oz:
Enquanto todos os cidadãos de Mauaville estavam num morro com forma de purê de
batata fazendo contatos de terceiro grau com uns alienígenas bonitinhos que
sabem fazer música, um casal dirigia pela estrada, quando começou uma chuva de
meteoros. De repente, algo maior caiu do céu e os fez perderem o controle,
jogando o carro num buraco. Quando foram examinar o que tinha caído, descobriram
que era uma nave espacial, com um garotinho dentro. Eles o acolheram e lhe deram
o nome de Oz. Muitos perguntavam se eles tinham lhe dado aquele nome por causa
do Mágico de Oz, mas seus pais confessaram que a verdade era que o garotinho
adorava imitar os Muppets e o Yoda e, em homenagem a Frank Oz, criador desses
personagens, eles o batizaram assim...
Episódio 2 - Agat e o Menino Gênio:
A família que abrigou o jovem Oz não teve problemas para que ele se adaptasse à
vida terrena, até um certo dia, quando ele tinha cinco anos. Depois de ganhar
um carrinho com sirenes do Esquadrão Classe A (alguém lembra?), o garoto passou
a mão no rádiorrelógio dos pais. Depois de muito procurar, eles o encontraram
nos fundos de casa. Oz havia desmontado o carrinho e o relógio e feito uma
estranha máquina.
- É um comunicador, mamãe - disse o garotinho. Pra eu falá com meu povo, lá do
céu.
Ora, como o garotinho poderia saber...
Nesse exato momento, seu pai revelou que não era seu pai, mas sim o terrível
demônio chamado Agat, o assassino de samurais e ronins.
Enquanto a mãe ficava espantada, o menino gênio mantinha a calma e preparava-se
para lutar. Agat cercou o garoto com fogo e partiu pra briga, mas algo estranho
aconteceu... Oz fez com que uma cadeira que estava no quintal voasse contra o
demônio, golpeando-o. Oz fez isso com a mente. Ela era tão poderosa que também
tinha habilidades telecinéticas. Oz fez as chaves de fenda voarem em direção a
Agat, que sumiu no ar, libertando seu pai e deixando uma frase ecoando no ar:
- Eu voltarei!
Episódio 3 - Oz In Slumberland:
Uma organização científica chamada A Agência observa a casa de Oz enquanto ele
dorme. Em seus sonhos, Oz vai para Slumberland, onde encontra um cara esquisito
com roupa de palhaço. Ele diz guardar a porta da passagem para o Limbo, de onde
vem alguém para falar com o menino gênio. Surge um gato branco, com um medalhão
japonês no pescoço. Ele se identifica como Karin, o Mestre do Limbo.
- Oh, jovem Oz, vim do Limbo para treinar você. Serás um grande herói, podes
crer.
Sem perguntar nada, Oz é treinado por Karin nas artes do kung fu e do manejo da
katana, a espada de samurais. Todas as noites Oz vai a Slumberland para seu
treinamento.
- Por que não posso ir ao Limbo, mestre? - pergunta o garotinho.
- Oh, não. É muito perigoso. Você ainda não está preparado. Tudo deve ser feito
em seu devido tempo e se você quiser realizar grandes conquistas, deve estar
preparado para enfrentar grandes obstáculos. Um dia chegará a hora em que você
irá para o Limbo...
Oz já tinha 7 anos, quando seu treinamento se deu por terminado. Karin trouxe os
Guerreiros do Limbo para uma luta-teste. Oz se saiu muito bem, perdendo apenas
para o líder do grupo. Ao acordar, ainda lembrou-se das palavras de Karin:
"Estarei com você e passarei a treinar sua mente, no mundo real."
Episódio 04 - Oz na Escola
Durante o primário, Oz já demonstrava ser um menino bastante inteligente. O
problema é que, como a maioria dos gênios, ele não se enquadrava no sistema
feito para as pessoas normais. Como se já não bastassem os professores pegando
no seu pé, ainda havia um outro problema: a Gangue do Repolho!
Repolho era um gordinho metido a valentão que queria mandar na escola e vivia
botando medo na garotada.
Certa vez, Oz foi encurralado por ele e por sua gangue, e teve que se defender.
Felizmente, Oz ainda tinha a companhia do gato-mestre Karin, que fazia algumas
aparições - só Oz podia vê-lo - e estava treinando a mente de Oz para ser usada
para o bem.
- Lembre-se - dizia o mestre - Os ignorantes não sabem que são assim. Eles não
conhecem o caminho do equilíbrio. Portanto, perdoe-os e só lute com eles para
se defender...
Oz lembrou disso quando foi cercado por Repolho e sua gangue. Somente quando
foi atacado é que resolveu revidar. Depois de uns golpes de kung fu, fez voar
uma cadeira na cabeça do Repolho, acabando de vez com aquela perseguição.
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E aí? Achou interessante?
Então, imagine como vai ficar a HQ?
Com roteiro meu e desenhos de Dieferson Trindade (Cornos), começaremos em 12 de abril (quarta-feira), uma campanha no Catarse, para produzir a revista e levá-la àqueles que a queiram ler até agosto!
Aguarde novidades e não deixe de apoiar para ter a HQ em mãos! =D
Grande abraço!
;)
quinta-feira, 6 de abril de 2017
O Mundo de Oz vai virar HQ!
Sim, o título é esse mesmo! Estou ressuscitando esse blog para divulgar e falar sobre a versão das histórias do Oz em quadrinhos! =)
Não sabe do que eu tô falando? Bem, olá, eu sou o Flávio, um quarentão fã de boas histórias em quadrinhos, filmes, séries e animes, que há quase 30 anos sonha em escrever e produzir suas próprias histórias! Uma dessas tentativas foi O Mundo de Oz, em postagens curtas de blogs obscuros, entre 2004 e 2011.
Eu comecei contando umas aventuras malucas de um cara chamado Oz, que eram versões toscas e desmioladas de eventos da minha vida. Com o tempo, Oz criou vida própria e suas histórias tinham mais a ver com meu estado emocional do momento, não sendo mais necessariamente uma versão fantasiosa de mim! Alguns de vocês, que me conhecem há mais tempo, devem lembrar disso... Na verdade, alguns dos meus amigos eu conheci graças àquelas historinhas!
Agora, eu resolvi tomar coragem e escrever um roteiro inspirado naquelas postagens antigas, que será desenhada por Dieferson Trindade, ilustrador iniciante – mas com muito talento e potencial –, autor de Cornos. Ele já está trabalhando na história e criando os personagens! Dá uma olhada em alguns estudos que ele mandou:
Estudo do Oz, por Dieferson Trindade. |
Estudo de personagens, por Dieferson Trindade. |
A história é bem simples: adolescente tímido, fã de gibis, filmes e animes, não consegue falar com uma garota de quem gosta, não consegue lidar com seu pai autoritário e ainda sofre bullying na escola, junto de seu melhor amigo. Para não ficar deprimido, o garoto cria em seus sonhos um mundo de fantasia. Mas, neste mundo, onde todos insistem em lhe chamar de "Oz", ele aprenderá como transpor a barreira dos sonhos e da realidade e irá aprender como lidar com seus problemas e como resolvê-los!
Toda essa maluquice é o resgate de um sonho antigo de fazer o que mais amo: criar histórias! E nada melhor do que começar pelos quadrinhos, em um momento tão propício para a nona arte!
Tentaremos em breve conseguir apoio no Catarse para transformar esse sonho em realidade, então aguardem novidades e não deixem de apoiar! =D
Por enquanto, vocês podem acompanhar todas as etapas do projeto e novidades pela página da HQ lá no Facebook: https://www.facebook.com/OMundodeOzHQ/
;)
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Eu estava caminhando por uma estrada no meio do mato. Na
verdade, depois percebi que era uma cidade abandonada. O mato cobria as
ruas, os prédios e os carros velhos. Tudo com um certo musgo verde-folha bem
iluminado. Por um breve momento, cheguei a pensar que estava dentro de algum
desenho do Myiazaki. Até perceber que tocava The Sword ao fundo, em algum
lugar!
Enfim, eu estava lá caminhando por aquele lugar que não sei
qual era, indo para não sei onde (talvez Lugar Nenhum), até que o Cara Grande
apareceu no meu caminho, bloqueando a passagem. Ele era branco, como um
marshmallow, quadrado como um mashmallow, com os braços saindo de cada lado e
as pernas, curtas, por baixo. Um enorme marshmallow personificado! Só que sua
pele não parecia macia, parecia dura, como pedra.
- Onde pensa que vai, garoto? – perguntou o Cara Grande.
- Sei lá. Isso importa? – eu realmente não queria muita
conversa.
- E vai fazer o que, ficar aí parado até criar limo e o
musgo crescer em volta de você também?
- Eita! Nem te conheço! Quem é você para falar assim comigo?
Sabia que...
- Eu sou o Cara Grande. Você acabou de dizer lá em cima. –
disse o Cara Grande, me interrompendo. – Mas isso não importa. Você sabe disso, já
passou por isso antes.
Era verdade. Há tempos não tinha um desses sonhos, mas já
tinha passado por situações assim antes: seres esquisitos frutos de minha imaginação,
me dando conselhos um tanto quanto filosóficos.
- Vou deixar você refletir um pouco. – ele disse, e ficou
lá, parado, esperando alguma coisa.
Eu comecei a pensar porque estava tendo mais um desses
sonhos de novo? Eu já tinha passado dessa fase da vida de ficar questionando minha
existência, o que fazer da vida e tal. Já não tinha mais 20 e poucos anos e estava com a
vida tomada pelas tais responsabilidades e todas aquelas coisas de adultos
que tomam nossa vida quando os filhos nascem, moramos sozinhos ou casamos,
assumimos cargos em nossos empregos e tudo mais.
- Mas ainda tem a Vida, e o Universo! – disse o Cara Grande,
assim, do nada. Parei, olhei para a cara dele. Ele mostrou uma expressão de “desculpe”
que todo marshmallow gigante personificado faz. – Desculpe, pode continuar, eu
espero. - ele disse.
Bem, voltando... Eu devo dizer que os últimos anos mudaram muito a pessoa que eu era. Tenho sido mais real e meus pés estão cada vez mais enterrados
no chão. E a palavra é essa mesma, “enterrado”. Toda aquela leveza que eu já tive
um dia se foi, e no momento parecia que haviam 50 toneladas de chumbo sobre as minhas costas,
para me manter com os pés bem fincados no chão! Há algum tempo já, minha mente
me abandonou e nunca mais tive sonhos permeados de castelos de vidro, fadas
ardilosas, robôs gigantes, seres de outros planetas e de outros mundos... Não nada disso!
E me pergunto se algo realmente mudou? Se fez alguma diferença? Por que, sabe, tem uma coisa que sempre
pensamos, que tudo tem só dois lados. Ou você é ou não é, ou você faz ou não
faz, ou você sonha ou você vive a realidade! Um tanto quanto injusto, eu acho.
Mas fui criado assim, o que posso fazer?
E essa é a pergunta chave: “o que posso fazer?” Calma, nada
de autoajuda aqui! O mundo já tem mais frases de autoajuda do que advogados! E,
bem, vou lhe contar uma coisa, elas são só frases! Verdade. Ninguém te contou?
Então... Desculpe, mas essa é a verdade: frases de autoajuda são só frases de
autoajuda!
Olha aí o pessimismo de novo... É isso, eu apaguei minha luz
interna e agora dentro de mim são só trevas!
O Cara Grande ia falar alguma coisa, mas parou, com a boca
meio aberta, e levantou o dedo, como se pedisse permissão para falar.
- Diga, Cara Grande. – eu disse, dando-lhe permissão.
- Sabe o que é, cara? Esse lance de “perdi minha luz, agora sou trevas”. É que você já usou isso, fez longos textos sobre isso sabe? Aquela
história da Cora e tal...
- Verdade. Mas o que posso fazer? Parece que não mudou muito
coisa.
- Olha a pergunta aí de novo!
- Que pergunta?
- “O que posso fazer?”, você já disse isso. Está se
repetindo... – ele disse.
- Mas não é isso? A vida não é um ciclo que se repete, como
uma roda de ratos? E não estamos presos nela para sempre?
Ele fez uma pausa. Olhou com toda a serenidade que um
marshmallow gigante tem no olhar.
- Não, não é isso.
Eu fiquei mudo. Não sabia mais o que dizer.
- Olha, pensa nesse sonho que você está tendo agora. Você
está em um caminho, uma estrada, que passa por coisas do passado, abandonadas.
Mas a estrada vai para algum lugar, para frente. Ou você pode voltar também, se quiser!
- Está me dizendo que a gente caminha sempre para frente,
nunca em círculos?
- Ééééé... Mais ou menos isso! Acho.
Ficamos os dois lá. Um olhando para o outro. Mudos.
Então, acho que senti uma breve luz iluminando minha mente. Por
um breve momento, algo me dizia que não existem regras de verdade para nossa
vida. Pelo menos não ali, no mundo dos sonhos e da imaginação. Somos seres caminhando por aí, fazendo coisas, esperando a morte chegar. E,
enquanto ela não chega, enquanto temos que fazer coisas, porque não fazermos
coisas que nos dão algum prazer, nem que apenas de vez em quando? Algo
que possa alegrar um pouco a nós e a outras pessoas que também estão presas em suas rodas
de ratos, em suas vidas, em sua realidade? Sabe, nada de escapismo e tal, nada
de alienação. Não, isso não. Eu falo sobre lembrar quem somos de verdade e
exercer nossa vocação. Mesmo que não tenhamos essa vocação de verdade, mas
acreditamos que temos! Afinal, vivemos tempos vazios que precisam ser
preenchidos com algum sentido.
- Isso, Cara Grande! É isso! - eu gritei.
- O quê, isso o quê? – ele disse, tão empolgado quanto eu.
- Chega de esperar, de ir empurrando com a barriga, de ir respirando de
sendo levado pela vida! É hora de reassumir, recomeçar e...
Não tive tempo de terminar. Ouvi um barulho enorme e, quando
olhei por trás do Cara Grande, lá longe, uma enorme bola amarela de fogo se
formou e foi crescendo, vindo em nossa direção. De repente, aquela luz me cegou
e eu me senti sendo queimado.
Acordei, como sempre. Estava chovendo, como era de costume quando tinha sonhos assim. Mas dessa
vez, como há muito tempo não sentia, eu não havia despertado de sonhos
intranquilos. Não mais.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Porque tudo volta, mas não como antes
Vou te falar coma coisa! Por onde passo,
tudo é remake. O passado insiste em se fazer presente. Filmes dos anos 80 em
novas versões, modernizadas, adaptadas, talvez para tentar acompanhar uma moda
visual e cultural de culto aos anos 80 e as preencher um vazio de pessoas que
gostariam de viver como naquela época, só que claro, de uma forma mais moderna,
adaptada.
O passado se mantém presente na
balada, nas roupas, nos comerciais de TV que você vê no Youtube, no design
retrô super-cult! Todo mundo quer um Atari, um Genius, andar de patins, comprar
LPs, fazer mix-tapes, tirar fotos com efeito amarelado e envelhecido no
Istagran... Mas é tudo onda, claro, porque você sabe, nada volta como antes!
Quem vai trocar a câmera digital por uma de filme, tirar 36 fotos em vez de 200,
ter que esperar a revelação para saber se a foto ficou boa ou não? Só se você for
algum dos 2 milhões de adolescentes aspirantes a fotógrafos... Quem vai trocar
seu iPhone por fichas telefônicas? Quem aguenta esperar 60 minutos para gravar
uma fita K7? Talvez algumas pessoas sim... Mas a maioria não. E, mesmo esses
que dizem sim para a onda do “volta passado”, sabem que não é como antes...
Nunca será.
Não, esperem! Sei que para vocês,
pinguins, isso não faz sentido... Mas vou explicar... Vocês devem saber que
namoros, quando terminados, acabam e pronto! Não tem volta. Já tentaram voltar
com um namoro? Então, não é como antes. Você quer viver tudo aquilo que viveu
de novo, sentir as mesmas coisas... Mas você já joga essa teoria no ralo quando
diz “vai ser diferente, vamos mudar e nos entender”. Tudo mentira você, sabe...
A verdade é que você tem esperanças de que um dia seja como foi no começo do
namoro, mas nunca é. Você é outra pessoa, a outra pessoa é outra pessoa, o
mundo é outro, a vida é outra, até o dono da floricultura é outro! É a mesma coisa com o culto ao passado...
Olha, eu sei como é... Também
tenho essa vontade de trazer o passado de volta, de viver tudo de novo, mas de uma forma diferente, sabe? Os pinguins tem isso também? Sempre me perguntei... Bom, deixa
isso para depois! O fato é que tenho passado esses dias atormentado pelo
passado, sabe? Uma vontade de incorporar o Marty Mcfly e voltar no tempo,
reconstruir minha vida! Não, não, nada de Marcel Proust, vocês estão loucos?
Quem lê aquilo? prefiro Julio Cortázar! Eu falo mais de uma coisa meio Doctor Who, meio De Volta para o Futuro,
mais pop... Poder reconstruir sua vida como se fosse um filme de Sessão da
Tarde, não seria ótimo? Bancar a Peggy Sue e viver o passado com a consciência
do presente! Não seria igual foi, seria melhor! Mas vocês sabem que a vida não
é assim...
Às vezes bate aquela melancolia, você
volta a ouvir músicas do passado, pensa na sua infância e na juventude no “impossível”
ano de 1996... Às vezes sinto falta até de coisas próximas, como meus mundos
mágicos dentro de minha imaginação, governadas por um alter ego inspirado no
Mágico de Oz (sério, pinguins, não riam). Dá aquela vontade de trazer tudo de
volta, recontar tudo de novo... Mas a vida, ah a vida... Ela dá um jeito de por
a gente em nosso devido lugar! Por que, vocês sabem, tudo volta, mas nunca como
antes. Então para que perder seu tempo se embriagando de nostalgia e
saudosismo, tentando ser o que não foi, fazer o que não fez, viver o que não
viveu? Melhor levar a vida numa boa, um dia de cada vez, tirar o peso do
passado da sua cabeça, botar o disco novo da Érika Martins no celular, sair
assobiando "Serestas", agradecer por ter alguém que faz "Bonita" ter todo o
sentido, ou viver emoções como "Garota Interrompida"! Claro, podemos continuar
ouvindo as músicas lá do passado, comprar um LP, vestir aquela camiseta retrô do
Star Wars, desbotada de propósito... Mas sem esquecer, meus caros, que o
presente se faz presente sempre e requer nossa máxima atenção! E ele implora
pelo passo em direção ao futuro (nem falei tanto dele, coitado)!
Agora, meus queridos pinguins, me
deem licença, porque já falei demais. A verdade está lá fora, vocês já devem
estar cansados de saber, e eu tenho que dar meu passo. Que vocês falem mal de mim,
falem o que quiser de mim, mas é que eu acredito, de verdade, mesmo, que neste
universo com milhões de dimensões em que vivemos, o passado pode ser só
referência, pode ser adaptado, modernizado, mas nunca reescrito ou revivido!
Não acreditem no que dizem para vocês sobre isso... Eles não sabem de nada! (Na
verdade, cuidado com "eles", sério...)
Bem, delírios à parte (desculpem-me, às vezes acontece), digo que a vida não volta, meus caros. A vida é, ou não é!
E a vida não é filme da Sessão da Tarde, nem roupa colorida, nem bolachões, nem
os remakes tunados e estéreis que preenchem nossos cinemas... A vida pode até
ser um seriado com trilhas bacanas de músicas dos anos 80, mas vocês sabem né?
Seriado que volta, não volta como antes...
Ah, que eu estou dizendo?! Pinguins sabem de tudo!
quinta-feira, 6 de março de 2014
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